Tânia Carvalho e Rocío Guzmán encontram-se em palco para um concerto íntimo, denso e emotivo, onde as suas vozes — distintas na origem e na textura — se entrelaçam num diálogo inesperado e profundamente harmonioso. Este encontro revela não uma fusão, mas uma convivência entre o português e o espanhol, entre a melancolia e a força, entre a fragilidade do gesto e a potência da presença.
Ambas as artistas, vindas de percursos singulares no cruzamento entre a música e a cena, criam aqui um espaço onde se escutam mutuamente — e onde o público é convidado a juntar-se. Há uma melancolia subtil que atravessa cada canção, quase cinematográfica, como se cada momento fosse a banda sonora de um lugar interior, de uma memória partilhada. A voz de Tânia Carvalho, ora sussurrada, ora firme, ecoa as inflexões do cancioneiro português; Rocío Guzmán, por sua vez, invoca as raízes do flamenco e da tradição andaluza, filtradas por uma abordagem sensível e contemporânea. Juntas, constroem uma linguagem comum feita de silêncio, timbre e vibração.
Esta criação, mais do que um concerto é um encontro entre duas formas de dizer o mundo. Um gesto de afeto e escuta, onde a diferença se transforma em cumplicidade sonora e onde a música também é território de comunhão.
Ficha técnica:
Conceção e intérpretes: Tânia Carvalho & Rocío Guzmán
Técnico de Som: Juan Mesquita
Comissão e produção: BoCA - Biennial of Contemporary Arts (Lisboa)
Parceiros de apresentação: Teatro da Garagem / Teatro Taborda (Lisboa), Sala Berlanga (Madrid)
Residência artística: Futurama (Mértola)
Apoios: Fundácion SGAE, Câmara Municipal de Mértola, Acción Cultural Española (AC/E) - Programa para la Internacionalización de la Cultura Española (PICE)
Acolhimento Teatro da Garagem.
Apoios Câmara Municipal de Lisboa, EGEAC, Junta de Freguesia de Santa Maria Maior
Financiamento Direção-Geral das Artes, Governo de Portugal | Ministério da Cultura
Mais informações:
218 854 190 | 924 213 570
Duração Espectáculo: 50min
Acessibilidade física condicionada: Devido à presença de escadas no Teatro Taborda, o acesso para cadeiras de rodas e pessoas com muletas é condicionado. Por favor, contacte-nos para mais informações.
Dando continuidade à sua missão de criar pontes culturais e artísticas entre cidades, a BoCA - Bienal de Artes Contemporâneas atravessa fronteiras nacionais e estabelece, em 2025, uma ligação entre Lisboa e Madrid. De 10 de setembro a 26 de outubro, a sua programação transdisciplinar - num cruzamento entre artes performativas, artes visuais, música e cinema - cria uma aliança ibérica inédita entre teatros, museus, centros culturais, cinemas e monumentos das duas capitais.
Consolidando-se enquanto laboratório de experimentação e criatividade, através da diversidade de perspetivas, identidades e expressões artísticas, a BoCA 2025 estimula o diálogo entre artistas portugueses, espanhóis e de outras tantas nacionalidades, através da encomenda e produção de novas criações em estreia mundial. Com espetáculos, performances, concertos, instalações, filmes, conferência e workshops, a 5ª edição da BoCA continua a arriscar novos palcos para a criação contemporânea, encorajando colaborações e desafiando criadores a abordagens mais além do seu domínio de especialização.
Curadoria e programação: John Romão
www.bocabienal.org
